segunda-feira, 21 de abril de 2008

O Espaço Litúrgico no Missal Romano (cont.)

II. DISPOSIÇÃO DO PRESBITÉRIO PARA A ASSEMBLÉIA SAGRADA

295. O presbitério é o lugar, onde se encontra localizado o altar, é proclamada a palavra de Deus, e o sacerdote, o diácono e os demais ministros exercem o seu ministério. Convém que se distinga do todo da igreja por alguma elevação, ou por especial estrutura e ornato. Seja bastante amplo para que a celebração da Eucaristia se desenrole comodamente e possa ser vista por todos.

O altar e sua ornamentação
296. O altar, onde se torna presente o sacrifício da cruz sob os sinais sacramentais, é também a mesa do Senhor na qual o povo de Deus é convidado a participar por meio da Missa; é ainda o centro da ação de graças que se realiza pela Eucaristia.

297. A celebração da Eucaristia, em lugar destinado ao culto, deve ser feita num altar; fora do lugar sagrado, pode se realizar sobre uma mesa apropriada, sempre, porém, com toalha e corporal, cruz e castiçais.

298. Convém que em toda igreja exista um altar fixo, que significa de modo mais claro e permanente Jesus Cristo, Pedra vida (1Pd 2,4; cf. Ef 2, 20); nos demais lugares dedicados às sagradas celebrações, o altar pode ser móvel. Chama-se altar fixo quando é construído de tal forma que esteja unido ao pavimento, e não possa ser removido; móvel, quando pode ser removido.

299. O altar seja construído afastado da parede, a fim de ser facilmente circundado e nele se possa celebrar de frente para o povo, o que convém fazer em toda parte onde for possível. O altar ocupe um lugar que seja de fato o centro para onde espontaneamente se
volte a atenção de toda a assembléia dos fiéis116. Normalmente seja fixo e dedicado.

300. Tanto o altar fixo como o móvel seja dedicado conforme o rito apresentado no Pontifical Romano; contudo, o altar móvel pode também ser apenas abençoado.

301. Segundo tradicional e significativo costume da Igreja, a mesa do altar fixo seja de pedra, e mesmo de pedra natural. Contudo, pode-se também usar outro material digno, sólido e esmeradamente trabalhado, a juízo da Conferência dos Bispos. Os pés ou a base de sustentação da mesa, podem ser feitos de qualquer material, contanto que digno e sólido. O altar móvel pode ser construído de qualquer material nobre e sólido, condizente com o uso litúrgico e de acordo com as tradições e costumes das diversas regiões.

302. Se for oportuno, mantenha-se o uso de depositar sob o altar a ser dedicado relíquias de Santos, ainda que não sejam mártires. Cuide-se, porém, de verificar a autenticidade de tais relíquias.

303. Nas novas igrejas a serem construídas, convém erigir um só altar, que na assembléia dos fiéis signifique um só Cristo e uma só Eucaristia da Igreja. Contudo, nas igrejas já construídas, quando o altar antigo estiver colocado de tal maneira que torne difícil a participação do povo, nem puder ser transferido sem detrimento de seu valor artístico, construa-se outro altar fixo com valor artístico e a ser devidamente dedicado; e somente nele se realizem as sagradas celebrações. Para não distrair a atenção dos fiéis, do novo altar, o altar antigo não seja ornado de modo especial.

304. Em reverência para com a celebração do memorial do Senhor e o banquete em que se comungam o seu Corpo e Sangue, ponha-se sobre o altar onde se celebra ao menos uma toalha de cor branca, que combine, por seu formato, tamanho e decoração, com a forma do mesmo altar.

305. Na ornamentação do altar observe-se moderação. No Tempo do Advento se ornamente o altar com flores com moderação tal que convenha à índole desse tempo, sem contudo, antecipar aquela plena alegria do Natal do Senhor. No Tempo da Quaresma é proibido ornamentar com flores o altar. Excetuam-se, porém, o domingo "Laetare" (IV na Quaresma), solenidades e festas. A ornamentação com flores seja sempre moderada e, ao invés de se dispor o ornamento sobre o altar, de preferência seja colocado junto a ele.

306. Sobre a mesa do altar podem ser colocadas somente aquelas coisas que se requerem para a celebração da Missa, ou seja: o Evangeliário, do início da celebração até a proclamação do Evangelho; desde a apresentação das oferendas até a purificação dos vasos sagrados, o cálice com a patena, o cibório, se necessário, e, finalmente, o corporal, o purificatório, a pala e o missal.
Além disso, se disponham de modo discreto os aparelhos que possam ajudar a amplificar a voz do sacerdote.

307. Os castiçais requeridos pelas ações litúrgicas para manifestarem a reverência e o caráter festivo da celebração (cf. n. 117), sejam colocados, como parecer melhor, sobre o altar ou junto dele, levando em conta as proporções do altar e do presbitério, de modo a
formarem um conjunto harmonioso e que não impeça os fiéis de verem aquilo que se realiza ou se coloca sobre o altar.

308. Haja também sobre o altar ou perto dele uma cruz com a imagem do Cristo crucificado que seja bem visível para o povo reunido. Convém que tal cruz que serve para recordar aos fiéis a paixão salutar do Senhor, permaneça junto ao altar também fora das
celebrações litúrgicas.

----------------------- Continua...

segunda-feira, 7 de abril de 2008

O Espaço Litúrgico no Missal Romano

Após um longo tempo sem postagens, estamos retomando nossas atividades com o estudo do Espaço Litúrgico a começar dos documentos oficiais da igreja, neste caso o Missal Romano. Nele encontramos informações valiosas sobre o espaço, mas infelizmente ele não costuma ser lido pelos fiéis. Para tanto vamos reproduzir aqui o capítulo V, que está diretamente voltado ao nosso tema. Espero que gostem. Paz e Bem!

INSTRUÇÃO GERAL DO MISSAL ROMANO

CAPÍTULO V
DISPOSIÇÃO E ORNAMENTAÇÃO DAS IGREJAS PARA A CELEBRAÇÃO DA EUCARISTIA
I. PRINCÍPIOS GERAIS


288. Para celebrar a Eucaristia o povo de Deus se reúne geralmente na igreja, ou na falta
ou insuficiência desta, em outro lugar conveniente, digno de tão grande mistério. As igrejas
e os demais lugares devem prestar-se à execução das ações sagradas e à ativa participação
dos féis. Além disso, os edifícios sagrados e os objetos destinados ao culto sejam realmente
dignos e belos, sinais e símbolos das coisas divinas.

289. Por isso, a Igreja não cessa de solicitar a nobre contribuição das artes e admite as
expressões artísticas de todos os povos e regiões. Ainda mais, assim como se esforça por
conservar as obras e tesouros artísticos legados pelos séculos precedentes110 e, na medida
do necessário, adaptá-las às novas necessidades, também procura promover formas novas
que se adaptem à índole de cada época.
Portanto, nos programas propostos aos artistas, bem como na seleção de obras a
serem admitidas na igreja, procure-se uma verdadeira qualidade artística, para que
alimentem a fé e a piedade e correspondam ao seu verdadeiro significado e ao fim a que se
destinam

290. Todas as igrejas sejam dedicadas ou ao menos abençoadas. Contudo, as igrejas
catedrais e paroquiais sejam solenemente dedicadas.

291. Para edificar, reformar e dispor convenientemente os edifícios sagrados, consultem
os responsáveis a Comissão diocesana de Liturgia e Arte Sacra. O Bispo diocesano recorra
também ao parecer e auxílio da mesma Comissão, quando se tratar de estabelecer normas
nesta matéria, de aprovar projetos de novos edifícios sagrados ou resolver questões de certa
importância.

292. A ornamentação da igreja deve visar mais a nobre simplicidade do que a pompa. Na
escolha dessa ornamentação, cuide-se da autenticidade dos materiais e procure-se
assegurar a educação dos fiéis e a dignidade de todo o local sagrado.

293. Para corresponder às necessidade de nossa época, a organização da igreja e de suas
dependências requer que não se tenha em vista apenas o que se refere às ações sagradas,
mas também tudo o que contribua para uma justa comodidade dos fiéis, como se costuma
providenciar nos lugares onde se realizam reuniões.

294. O povo de Deus, que se reúne para a Missa, constitui uma assembléia orgânica e
hierárquica que se exprime pela diversidade de funções e ações, conforme cada parte da
celebração. Por isso, convém que a disposição geral do edifício sagrado seja tal que ofereça
uma imagem da assembléia reunida, permita uma conveniente disposição de todas as coisas
e favoreça a cada um exercer corretamente a sua função.
Os fiéis e o grupo dos cantores ocuparão lugares que lhes favoreçam uma
participação ativa.
O sacerdote celebrante, o diácono e demais ministros tomarão lugar no presbitério.
Aí se prepararão as cadeiras dos concelebrantes; se, porém, seu número for grande, as
cadeiras serão dispostas em outro lugar da igreja, mas próximo do altar.
Tudo isso, além de exprimir a ordenação hierárquica e a diversidade das funções,
deve constituir uma unidade íntima e coerente pela qual se manifeste com evidência a
unidade de todo o povo de Deus. A natureza e beleza do local e de todas as alfaias
alimentem a piedade dos fiéis e manifestem a santidade dos mistérios celebrados.

.................................... continua...